De quilinho em quilinho eu chego lá... Voa borboleta, voa.

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Olha que coisinha linda.

A lagarta e a borboleta (Vera Guedes)
Era uma vez... uma lagarta envergonhada,
que pelo chão se rastejava,
e todo mundo debochava:
Que lagarta desengonçada,
feia e maltratada!
Ninguém, dela gostava,
as pessoas, ela assustava.
Pobre Dona Lagarta...
muito triste ficou
e sentindo-se desprezada,
em um casulo se fechou.
E assim... passaram-se os dias,
ninguém a sua falta sentia.
Até que em belo cenário,
enquanto o sol, a vida, aquecia,
e a rosa, o jardim floria,
em um galho pendurado,
o casulo se abria.
E uma linda borboleta,
de asas bem coloridas,
o casulo deixou,
alegrando nossa vida.
E todos viram o milagre,
que a natureza preparou,
a feia e envergonhada lagarta,
na borboleta se transformou.
Já não era desengonçada,
mas linda e cheia de graça.
E a todos superou.
Pois já não se rastejava,
pelo contrário, voava,
o céu, enfim, conquistou.

Desde muito pequenos, somos condicionados a crer em finais felizes. Temos sempre a esperança de que a mocinha vai casar com o príncipe, que a maldição será quebrada e que todos os sonhos serão realizados. Isso vem desde o início dos tempo, afinal, como disse Fernando Sabino: "No fim, tudo dá certo. Se não deu certo ainda, é porque não chegou ao fim".
Amei a poesia que minha amiga Eliana me enviou, como presente por eu tê-la citado no blog, rsrsrs. E apesar de querer muito que a vida fosse assim, não é, infelizmente.
A realidade, a minha realidade, foi muito diversa do que reza esta poesia. Eu, quando lagarta gorda, desprezada pelos outros, desengonçada, maltratada... Me "casulei", mas não veio a transformação em borboleta. Eu me maltratei mais e mais. Descuidei do pouco que tinha de auto-estima, eu me sabotei ao extremo. Rios de lágrimas banharam meu rosto, e nem por isso o sol brilhou mais forte e eu rompi o casulo assim como que por encanto.
Há muitos altos e baixos, há muitos delizes... E algumas vezes eu pensei em desistir. Eu quis desistir. Porque é muito árduo buscar transformações grandes.
Perder tanto peso não tem como se dizer que será fácil. Nunca foi. Cada quilo é um sacrifício. E quando eu consigo sair de determinado peso, aliás, quando saio não, porque algumas vezes eu fico sobe e desce, desce e sobe no peso... Quando chego a um determinado peso e consigo manter por mais de 2 semanas seguidas eu considero uma vitória.
A reeducação alimentar não veio me trazendo só o benefício de emagrecer. Hoje minha alimentação é de longe, muito melhor do que já foi em qualquer outro momento de minha vida.
Quando não consumo legume/verdura, quando não como uma fruta, sinto falta. E aprendi sentir o verdadeiro sabor dos alimentos. Saboreando cada um em cada refeição.
Antes eu não gostava de agrião, folha só alface e com muito sal. Hoje, agrião com tomate e cebola é minha salada folhosa preferida. Suco, ecath, que nojo. Hoje eu tomo com muita satisfação.
Enfim, a lagarta não deitou e se enclausurou, esperando o seu final feliz. A lagarta está fazendo algo pra alcançar esse happy end. A lagarta gorda quer virar uma bela borboleta magra, mas se depender de casulo e espera, só vai engordar e envelhecer, porque nada vem sem que a gente busque.
Eu tô buscando... Tô mantendo há 271 dias a mesma perspectiva de me reeducar.
Poderia ter eliminado mais peso, sim.
Se fizesse mais atividades físicas, se não jacasse.
Mas eu não sou só acertos. Eu estou aprendendo que se eu caio não preciso ficar ali no chão. Eu levanto, sacudo a poeira e continuo no caminho. E isso tem feito a diferença desta vez.
Não é a primeira vez que tento emagrecer. Mas, com certeza, esta será a última forma utilizada. E pra sempre, definitivamente. Não a jato, mas lentamente, progressivamente, com confiança no que estou fazendo e equilíbrio em minhas escolhas.
Obesidade é uma doença, e quando me descobri doente, percebi que a cura só dependia de minhas ações. Se não fosse gordura, se fosse qualquer outra doença, tipo uma enxaqueca ou uma leucemia (que Deus me livre de todo mal, amém) eu buscaria a cura, certo? Então, porque deixar de buscar essa cura pra obesidade?
Vou me curar, vou me tornar a borboleta que sonho desde o dia em que iniciei o blog... A borboleta que já fui um dia (sim, gente, eu já fui magra e linda) e que está aqui dentro de mim, guardada, esperando o momento de se libertar.
Pra que isso aconteça, só depende de mim.

Um comentário:

  1. Oi Drika!
    Pensar eh deistir é algo recorrente nesta busca pelo emagrecimento, né? E quando começamos a engordar e nos fechamos numa bolha, não sabemos o mal que fazemos pra gente e quando descobrimos pode ser tarde demais.
    Sei que depende da gente e só da gente e eu não sei se saber disso ajuda, ou atrapalha. Pq eu bem que gostaria de que acontecesse um mliagre e eu acordasse uma bela borboleta magrinha como já fui um dia.
    Pleo menos estamos no caminho certo. Dia após dia, caloria após caloria... Um dia a gente chega lá.

    Bjo

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